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DEIXA MEU POVO IR


Texto Base: Exodo Capítulo 5

Versículo Chave: Depois disso Moisés e Arão foram falar com o faraó e disseram: "Assim diz o Senhor, o Deus de Israel: ‘Deixe o meu povo ir para celebrar-me uma festa no deserto’ ".Êxodo 5:1

Nesse artigo fiz uma compilação de escritos meus e outros artigos que li em livros e blogs que sigo. Procurei identificar cinco resistências que o sistema desse mundo tenta nos impor e três grandes lutas internas que travamos como Povo de Deus, e quais posicionamentos precisamos ter. Baseado na história da libertação do povo Hebreu do jugo dos egípcios, fiz um paralelo com nossos desafios atuais para servir a Deus.

A primeira resistência – ATIVISMO E MATERIALISMO
A resposta de Faraó ao pedido de Moisés foi: - "Daqui em diante vocês não vão mais dar palha ao povo, para fazer tijolos. Que eles mesmos ajuntem a palha. Mas vocês exijam que eles façam a mesma quantidade de tijolos, nem um tijolo a menos" (Êxodo 5.7,8a - NTLH).

O fornecimento da palha permitia ao trabalhador escravo melhor produtividade. Ao acrescentar essa pesada tarefa, Faraó ocupou todo o tempo do povo, sobrecarregando-o.

O significado da figura de ajuntar a palha diz respeito a todo o tipo de atividade que o sistema que estamos inseridos acrescenta à nossa agenda, roubando-nos as coisas mais importantes da vida.

Adquirir algo que não precisamos, contrair dívidas por causa de compras além da nossa capacidade, manter dois ou mais empregos para dar conta de um orçamento pesado, viciar-se em trabalho, envolver-se obcecadamente em organização e limpeza, assumir as finanças de filhos maiores e capazes, assumir muitos compromissos sociais e comunitários, participar de intermináveis reuniões que não decidem nada, envolver-se em conversas inúteis, etc.

Busque em Deus discernir o que pode estar sendo palha em sua vida.

A boa notícia é que Deus enviou o libertador. Moisés é uma figura de Cristo, nosso grande libertador. Podemos descansar na verdade que, não importa o tamanho da força do Egito e da voracidade de Faraó, "se o Filho os libertar, vocês serão, de fato, livres" (João 8.36 - NTLH).

A segunda resistência SUPERFICIALIDADE e MISTURA RELIGIOSA: 

Preste atenção nas palavras de faraó: "vão oferecer sacrifícios ao seu Deus, porém façam isso aqui mesmo, no Egito" (Êxodo 8.25 - NTLH). Há uma clara intenção de intervir no culto a Deus.

Sacrifício no Egito significa um falso ensino e uma falsa conversão. É não adorar a Deus verdadeiramente; Não prosseguir no caminho da salvação e santificação;

Envolvimento com sistemas religiosos que substituem o sacrifício de Cristo.

Arrependei-vos e convertei-vos dos maus caminhos. O "Egito" é um mau caminho é caminho do mundo. O pecador para receber o perdão de Deus o pecador tem que abandonar o mundo, sair do Egito, e tornar-se para Deus.

Sua terceira resistência - ENGANO, (Êxodo 8:28)

"Disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao Senhor, vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vá longe; orai também por mim".

“Não Vá Longe” – Satanás não quer que você avance em sua caminhada com Deus, mas resista e fique firme com o Senhor;

Faraó simboliza Satanás e suas astutas mentiras e ciladas. 2 Tessalonicenses 2.9-10ª, 2 Coríntios 11.14 João 8.44]

Precisamos ser libertos de tanto engano que quer nos envolver.

Paralisar a obra, inibir teu ministério, não deixar que vidas sejam alcançadas. Tudo através de mentiras que o diabo trabalha no seu coração.

Jesus deu-nos o seu Espírito Santo para nos dar instrução (1 João 2.20, 27) e também sabedoria (Tiago 1.5). Além disso ele providencia irmãos e irmãs que nos ajudarão a discernir a ação do inimigo (1 Coríntios 12.10).

Quem aceita Jesus, mas não rompe com as velhas amizades, é como a semente à beira do caminho, que fica ao alcance do diabo. Se na primeira proposta Faraó queria que Moisés aceitasse um sacrifício de mentirinha, na segunda ele esperava que a mudança também fosse de "brincadeirinha".

A quarta resistência – INTERFERIR NA FAMÍLIA 

(Êxodo 10: 1-11) "Disse Moisés a Faraó: Assim diz o Senhor: Até quando recusas a humilhar-te diante de Mim? Deixa ir o Meu povo para que Me Sirva, e em seguida ameaçou com a praga de gafanhotos."

Então Faraó querendo mostrar força diante de seus servos, endureceu as negociações. Moisés queria que saísse povo com suas famílias, incluindo velhos, filhos, filhas e o gado para fazer uma festa ao Senhor a uma distância de três dias no deserto. Faraó não concordou: Andai agora vós e os varões e ninguém mais. E os lançou fora do palácio.

Segundo essa proposta, eles deviam deixar para trás as famílias e o gado. A família é um projeto do Senhor, não há acordo nessa área.

A quinta resistência de Faraó – NEGAR OS RECURSOS 

(Êxodo 10. 24) E Faraó chamou Moisés e propôs: Ide e servi ao Senhor, as crianças também podem ir, mas vão ficar as ovelhas e as vacas. Faraó contava com a fuga de Israel para a liberdade. Ao exigir que ficassem as ovelhas e as vacas estava planejando que a fome debilitasse, fragilizasse Israel e quando estivesse assim, iriam se lembrar da comida dos escravos, das cebolas do Egito e votariam correndo com os próprios pés.

Lutas INTERNAS

Medo - O tempo da escravidão trouxe muita insegurança, sempre evidenciando a fragilidade do povo diante dos poderes e gigantes que os dominavam. A autoestima tinha sido destruída, a confiança despedaçada, a incerteza cresceu num tanto que fez sombra em tudo o que passaram a ver na caminhada.

Veja isso no episódio do envio dos 12 espias (Números 13), somente dois tiveram a confiança que Deus os livraria de todas as barreiras (versículo 30). Os outros 10 afirmaram que o povo daquela terra era mais forte do que nós (versículo 31).

Qual é o seu medo? O que tira seu sono? Para você o Senhor diz: "não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou o teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a minha destra fiel" (Isaías 41.10). Ele está presente. Ele é nosso Deus. Ele faz coisas poderosas a nosso favor. Por isso podemos dizer: nada temerei.

Rebeldia: Expressa tanto na história de Miriã e Arão (Números 12), quanto na revolta coordenada por Corá e mais 250 líderes em Israel (Números 16) quando se levantaram contra a autoridade de Moisés.

Não entenderam é que Deus havia preparado Moisés para essa posição.

Ingratidão –

O povo dizia e chorava: Ah Moisés, "lembramo-nos dos peixes que, no Egito, comíamos de graça, dos pepinos, dos melões, dos alhos silvestres, das cebolas e dos alhos" (Números 11.5)

.Não somente lembravam daquele tempo passado, mas choravam em alta voz, "cada um à porta de sua tenda" (Números 11.10). Seus lábios murmuraram contra Moisés e contra Arão, chegando até a dizer: "tomara tivéssemos morrido na terra do Egito" (Números 14.2).

"Levantemos um capitão e voltemos para o Egito" (Números 14.4).

Reclamavam o tempo todo a Moisés, dizendo: "E por que nos fizestes subir do Egito, para nos trazer a este mau lugar, que não é de cereais, nem de figos, nem de vides, nem de romãs, nem de água para beber?" (Números 20.5) "

Por que nos fizeste subir do Egito, para que morramos neste deserto, onde não há pão nem água? E a nossa alma tem fastio deste pão vil". (Números 21.5)

Por quê Isso?

Essas palavras refletem que o povo tinha um olhar pra trás. Todas as suas referências e experiências de vida eram o Egito. Lembravam, desejavam, sonhavam, esquecendo-se que lá eram escravos, humilhados, banalizados, explorados. Isso nos faz lembrar da experiência parecida quando Ló e sua família foram libertos da terra pervertida de Sodoma e Gomorra, mas "a mulher de Ló olhou para trás e converteu-se numa estátua de sal" (Gênesis 19.26). Esse olhar pra trás simbolizou seu apego e afeição pelas coisas do passado, aos laços de alma que precisam ser quebrados. Por isso Jesus foi tão claro ao dizer: "lembrai-vos da mulher de Ló" (Lucas 17.32).

Essas palavras refletem que o povo tinha um olhar pra baixo. Todas as comparações e parâmetros eram restritas às coisas materiais e terrenas, ao que se come e veste, ao que se consome e se tem.


Essas palavras refletem que o povo tinha um olhar egoísta. Todas as citações e demandas tratam de coisas restritas ao seu consumo, ao seu corpo, ao seu próprio prazer. Lembravam, desejavam, sonhavam pra si mesmos, esquecendo-se das gerações que viriam pela frente e não mais seriam escravos. Isso foi tão forte no meio do povo que algumas décadas depois, logo após o falecimento de Josué, "outra geração se levantou que não conhecia ao Senhor, nem tão pouco as obras que fizera a Israel" (Juízes 2.10). Nas palavras de Paulo, estavam sendo "mais amigos dos prazeres que amigos de Deus" (2 Timóteo 3.4), ou nas palavras de Tiago, querendo viver regaladamente sobre a terra, nos prazeres, engordando o coração, pedindo a Deus e não recebendo, porque pedem mal, para esbanjar nos próprios prazeres (Tiago 5.5; 4.3).   

O QUE FAZER?

Enquanto o Egito nos faz olhar pra trás, pra baixo e exclusivamente pra si mesmo, a terra prometida nos inspira a olhar pra frente, pra cima e para os outros. Vamos nos esquecer das coisas que para trás ficam e prosseguir para o alvo (Filipenses 3.13, 14), buscando e pensando nas coisas do alto (Colossenses 3.1, 2), não tendo cada um em vista somente o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros, pois este é o mesmo sentimento e mente de Cristo (Filipenses 2.4, 5).
A conclusão do negócio

Faraó mandou chamar a Moisés pela última vez, na calada da noite, e disse: Levantai, e saí do meio do meu povo, tanto vós como os filhos de Israel; e ide, e servi ao Senhor, como tendes dito. Levai também convosco vossas ovelhas e vossas vacas, como tendes dito; e ide e abençoai-me também a mim. "E os egípcios apertavam o povo, apressando-se para lançá-los fora da terra com receio de serem todos mortos pelo Deus de Israel. E fizeram, pois, os filhos de Israel conforme a palavra de Moisés e pediram aos egípcios vasos de prata, vasos de ouro e vestes. E saíram em vitória, livres e prósperos.


Por Gerson Luiz Garcia de Lima
Comunidade Evangélica Restauração e Vida


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